Páginas

Mais um trecho do 3° Capítulo - Gerevini x Cosa Nostra.

domingo, 2 de dezembro de 2012.

Agnella estava sentindo-se um animal de zoológico no qual todos acham fofo e ficam olhando por horas qualquer movimento que ele fizer. Era assim com que ela se sentia com Matteo olhando-a daquela maneira. Nunca vira um homem tão lindo e vê-lo ele pessoalmente é bem melhor do que vê-lo em uma pequena foto.

Os olhos turquesas transmitiam desejo, cobiça, admiração e curiosidade, seus cabelos pretos e lisos agora estavam um pouco maiores, sua pele branca estava bronzeada, o nariz perfeito, a mandíbula marcada e os lábios cheios, vermelhos e convidativos estavam ali. A barba negra que vira na foto tinha sumido, dando um aspecto mais jovial ao homem, mas que fez falta à Agnella, ela queria sentir aquela barba arranhando-lhe a pele enquanto a beijava. Ela espantou esses pensamentos. Onde já se viu pensar isso com um homem que só vira hoje?

Matteo sentou-se ao seu lado e sentiu a tensão que emanava dela. Agnella tomou coragem e olhou para ele o que quase o fez ofegar, eram lindos, puros e transmitiam uma enxurrada de sentimentos que ele não conseguiu diferenciá-los.
           
            — Olá, Cosa Nostra – soou uma voz de sinos.
Leia Mais

Trecho do 3° Capítulo - Gerevini x Cosa Nostra.

sábado, 1 de dezembro de 2012.

— Bom dia. Hoje teremos um novo aluno na classe, ele foi transferido da Universidade de Estudos de Palermo, portanto tratem-no com respeito.

O homem entrou devagar pela porta e Agnella prendeu a respiração. Os olhos. Aqueles olhos turquesas. Ela o conhecia de algum lugar, mas sua memória não cooperava.

— Diga-nos o seu nome, aluno novo – Carlo falou com desprezo.

— Matteo. Matteo Campbell – falou uma voz sedutoramente rouca.

Fez-se um estalo na mente de Agnella. Matteo era Don Matteo Cosa Nostra, mais conhecido como seu inimigo. O Campbell poderia ser usado por ele pelo mesmo motivo que ela usa o Sullivan, para esconder sua verdadeira origem. Não, ela não estava enganada. Aqueles cabelos negros como a noite, aqueles olhos que a hipnotizavam. Não! Ele é somente seu inimigo e poderia muito bem ser o homem que matou seu amado pai. Agnella já planejava uma vingança contra ele.

— Sente-se ao lado da senhorita Agnella Sullivan  falou o professor.
Leia Mais

Mais um trecho do 2° Capítulo - Preparativos.

sábado, 20 de outubro de 2012.

Agnella nunca vira tantas pastas estranhas como as do armário 3C. Primeiramente teria que procurar os inimigos de seu pai, mas uma pasta chamou-lhe a atenção, pois era a única que era da cor preta com algo escrito em um tom dourado. Ela pegou-a rapidamente e sentou-se na cama do pai. Na pasta continham muitas fichas, um tanto quanto criminais, mas foi uma delas que a hipnotizou. Ela não olhou para a lista e sim primeiramente para a foto. Estacou. O homem era simplesmente... perfeito. Olhos azuis como o céu, cabelos pretos, lisos e curtos, pele branca, nariz afilado, mandíbula marcada e a barba negra por fazer. Agnella ofegou. Como nunca vira um homem desses antes? A curiosidade falou mais alto e quando foi olhar a ficha completa dele Gabriele aparece na porta.
Leia Mais

Trecho do 2° Capítulo - Preparativos.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012.

Sua mente martelava perguntando quem matara seu pai. Que ele tinha muitos inimigos, isso era óbvio, mas quem teria tamanho conhecimento de toda a arquitetura da casa e toda a programação dos seguranças a ponto de entrar completamente escondido e matá-lo? Iria descobrir nem que fosse a última coisa que faria.

Dirigiu-se ao quarto do Sr. Gerevini e lágrimas escorreram por suas bochechas, o cheiro de seu pai estava impregnado em todo o quarto. Entrou no closet, tirou as roupas do caminho e deu de cara com uma parede que continha um pequeno quadrado que pedia uma senha. Senha? Seu pai nunca dissera uma senha a ela, mas tinha uma dica. No dia da morte, Francesco tinha dito que a dica era: os olhos e os cabelos divinos.

Quando era uma garotinha, seu pai dissera que ela era idêntica à sua mãe e que os olhos e cabelos de ambas eram os mais lindos que ele já tinha visto em toda a vida, eram divinos. Contara também que sua mãe era da tribo Araweté, situada no Brasil, no estado do Pará. Araweté. Araweté. Essa era a senha! Tinha que ser.

Agnella aproximou-se, digitou a senha e a parede abriu-se. Entrou na “sala” e encontrou vários armários. Armário 3C. Gritou de alegria ao encontrá-lo.

— Hora de descobrir seus inimigos, papai – falou com um sorriso malvado no rosto.
Leia Mais

Mais um trecho do 1° Capítulo - Quando tudo começou.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012.

Agnella estava semi-acordada quando ouviu passos rápidos e vozes baixas. Olhou para o relógio em sua mesa de cabeceira e constatava que eram duas horas da manhã. Dormira tanto assim? Os passos continuaram. Pensou em Donnatela, Fabrizio ou Gabriele, mas a essa hora eles deviam estar em um sono profundo. Pensou também nos seguranças, mas estes deviam estar nos dormitórios da mansão. Levantou-se rapidamente e abriu minimamente a porta. Ninguém. Era o que achava, mas quando ouviu um barulho alto, seguido de um grito lânguido. Percebeu que isso não era sinônimo de silêncio. Desceu as escadas e correu na direção do grito, a biblioteca. Abriu a porta esbaforida e suas pernas falharam quando viu a mesa central manchada de sangue e sentado na cadeira estava seu pai, com a camisa e o rosto ensanguentados. Não teve tempo de gritar, Donnatela e seus amigos já estavam ali, juntamente com os seguranças. Todos chocados.

Agnella aproximou-se do corpo e notou que havia um bilhete enrolado nos dedos do pai, ainda trêmula leu em voz alta para todos.

— INIMIGO BOM É INIMIGO MORTO.

Sentia as lágrimas escorrendo por suas bochechas e seus altos soluços. As pernas falharam e seu corpo caíra no tapete felpudo da biblioteca. Seus amigos a acalmavam enquanto Donnatela juntamente com os seguranças retiravam o corpo do local. Mais fria do que nunca, Agnella levantou-se e olhou para todos. Viu pena e tristeza que banhavam os olhos daqueles que prometeram protegê-la. Olhou para a janela que estava aberta, provavelmente fora por ali que o assassino de seu pai fugiu, pois quando entrou no recinto não havia mais ninguém.

— Fabrizio, Gabriele, Donnatela. Está na minha hora de entrar para a máfia.

Leia Mais

Trecho do 1° Capítulo - Quando tudo começou.


Agnella entrou apreensiva no recinto. Aos quinze anos fora proibida de entrar na biblioteca, nem lembrava mais como era. Tudo era perfeito. Livros e mais livros em enormes prateleiras que estavam no lugar das paredes. Voltou ao mundo real quando ouviu o pigarro do pai.

— Agnella, o que eu vou lhe contar agora, requer muita atenção e cuidado. Isso não pode sair daqui, certo? – ela assentiu.

— Mas...

— Não interrompa – ele respirou fundo e continuou — Você sabe com o que eu trabalho, a nossa família sempre foi assim, em todas suas gerações e com você não será diferente.
Um arrepio passou por seu corpo. Ela não queria aquela vida para ela. Nunca!

— Papai...

— Estou falando. Atrás dessa enorme prateleira... – apontou para uma prateleira à esquerda da grande janela —... tem uma passagem secreta. Se alguma coisa acontecer aqui, entre nessa passagem, a pista da senha é: os olhos e os cabelos divinos. Não posso dizer-lhe a senha porque você do jeito que é, pode contar a alguém sem perceber, na hora certa você descobrirá. A mesa de bilhar na sala de jogos é um compartimento de armas, puxe as travas e retire a parte de cima da mesa, existem várias armas ali, de todos os tipos e tamanhos. Escolha a melhor. Os cofres estão no piso do seu quarto. Puxe o assoalho e terá acesso a eles.

— Mas, porque...

— Quieta. No closet do meu quarto por trás das roupas, existem vários armários. Encontre o armário 3C, lá tem tudo sobre o meu trabalho, senhas, inimigos... tudo. Esse Império será seu quando eu morrer, e é melhor começar por agora. Termine sua faculdade e depois venha para o mundo da nossa família. Você saberá o que fazer. Não conte tudo à Gabriele, Fabrizio, Donnatela... não confie em ninguém, ouviu? Ninguém! Gabriele irá ensinar tudo a você e Fabrizio será seu professor de todos os tipos de lutas existentes. Já está tudo esquematizado. Vá para o quarto e respire um pouco, você obteve informações demais.

Agnella estava congelada. Como assim do nada seu pai dá essas notícias e ainda pede para não confiar em quem ama? 

— Estou mandando você ir descansar Agnella. Obedeça! - gritou seu pai perturbado. Não queria a filha naquele mundo, mas alguém tinha que continuar os negócios... e ela era sua única herdeira.

Ela saiu correndo da biblioteca e foi direto ao quarto onde se entregou ao mundo dos pesadelos. 
Leia Mais

Prólogo

segunda-feira, 1 de outubro de 2012.
Botas pretas de cano alto, um longo vestido vermelho com decote em V e uma abertura lateral começando pela coxa e indo até os pés, uma máscara de veludo vermelho que cobria parcialmente seu rosto e um sobretudo preto que escondia sua belíssima roupa. Essa era a vestimenta da elegante mulher que caminhava cuidadosamente pelo sexto corredor da luxuosa mansão da família Amorielle¹. Sua arma favorita, uma poderosa AK-47² estava guardada em um compartimento situado em suas costas. Quanto mais caminhava pelo extenso corredor, mais ficava enojada de ver as fotos emolduradas e penduradas nas paredes daqueles que destruíram o Império de seu pai e que agora ela tentava reerguer. 
Parou em frente à uma porta de madeira envernizada que continha um enorme número quinze entalhado. Colocou um sorriso gigante nos lábios e entrou pacificamente na sala. 
Giuseppe Amorielle, um homem com cabelos e olhos negros e um corpo pequeno e rechonchudo, estava observando alguns papeis quando ouviu o estrondoso baque da porta fechando-se.  Levantou-se e rapidamente perdeu a voz ao ver que na penumbra estava A MASCARADA. Era assim que a chamavam. Era conhecida por todos como uma assassina profissional, mas ela era mais, muito mais do que isso. 
 Q-quem deixou você entrar? - Giuseppe perguntou raivoso.
A mulher sorria presunçosa e aproximou-se de sua mesa fazendo-o com que sentasse bruscamente.
 Onde está o seu chefe?
 Não interessa a você. 
 Então se ele não está aqui, você servirá como aviso - a mulher falou sorrindo.
O homem não teve tempo para respirar, a mulher rapidamente pegou sua arma e deu um tiro bem no meio da testa de Giuseppe. Seu sangue rubro espalhou-se pelo tapete branco que continha na sala. Ela retirou sua máscara e pegou um pequeno bilhete que continha somente uma frase "A GUERRA COMEÇOU!", mas que tinha um enorme significado. Depositou os objetos no corpo do Amorielle e pulou habilidosamente a janela.

______________________________
¹A família Amorielle iniciada em 1902 por Alero Amorielle, conhecida pela sua vasta ficha criminal, foi acusada de fraudes a bancos, comércio de narcóticos e armas. Os Amorielle eram conhecidos como a Máfia da Duplicidade. Grande parte dos integrantes da família foram mortos nos conflitos com outras famílias, e até os dias atuais não se sabe o paradeiro dessa família.
²Arma potente capaz de fazer vítimas num raio de 300 metros a partir do disparo. A AK-47 é campeã no quesito mortes por minuto porque causa ferimentos graves e letais. Tem uma conhecida facilidade de uso e montagem. Um soldado pouco experiente é capaz de montar e carregar em cerca de um minuto.









Leia Mais